sábado, 29 de outubro de 2011

SUPER CAT-POTATO

E cá estou eu resolvendo um trabalho em pleno fim de semana quando de repente ouço a seguinte musiquinha sendo cantarolanda animadamente pelos molex no quarto ao lado.

"Super Cat-Potato,
In the cityyyy...
Here to save us...
Super Cat-Potato...
And Super Dog"

SUPER CAT-POTATO??

Não sei o que me intrigou mais - a ideia de que eles estavam cantando sobre algo tão nonsense como se fosse a coisa mais natural do mundo, ou o fato de que foi só digitar "cat potato" no Google para encontrar a imagem que ilustra este post.

sábado, 1 de outubro de 2011

BEREBAS DE BIRIBA

Isso aqui que vocês estão vendo é a boca do Tony. No lábio, vocês percebem uma ferida, como se fosse um foco de herpes ou uma alergia a algo que ele tenha comido.

Aos que apostaram na segunda opção, parabéns: vocês acertaram, mas duvido que tenham decifrado a charada.

O fato é que isto aconteceu em junho, época de festas juninas. Em meio às paçocas e aquela infinidade de doces e comidas típicas, alguma reação a determinado ingrediente é algo até certo ponto esperado, então não fiquei particularmente alarmado ao chegar em casa depois de um dia de trabalho e encontrar meu filho com BEREBAS no lábio.

Claro que eu deveria ter percebido que algo estava errado - e que de alguma maneira eu estava envolvido nisso - pelo olhar pouco hospitaleiro da Carla e pela sensação desconcertante de que ela apenas estava esperando que eu mencionasse algo para atacar - tal qual o feroz jaguar à espreita do inocente porco-do-mato.

E aí, ao finalmente perguntar se ela havia percebido as feridas na boca do Tony, abri a porta para a avalanche de bordoadas auditivas a que tão habitualmente sou sujeito nesta minha vidinha:

"É impressionante né? Você faz as coisas sem pensar e eles imitam! E dá nisso! Eu perguntei pro Tony onde ele havia aprendido isso e, CLARO que a resposta foi que ele viu você fazendo, achou engraçado e taí o resultado!"

E aí, após um perído de esclarecimentos, finalmente entendi o que havia acontecido.

Acontece que tínhamos ido a uma quermesse na semana anterior e, evidentemente, tivemos que passar por todas as barracas do local, uma a uma.

Ao jogar a enésima bola de tênis careca contra uma pilha porcamente montada de latinhas, lembrei da melhor definição que já ouvi para este tipo de atividade de parquinho de diversão, cortesia da comediante inglesa Josie Long:

"É como alguém chegar para você e dizer: se você me der 2 reais, eu te dou um brinde no valor de 20 centavos, e a ilusão de que você é bom num esporte."

Pois foi exatamente isso. A gente pagou uma fortuna para jogar bolas, arremessar argolas, atirar dardos... e, independente do resultado, sempre saía da barraca com um carrinho de plástico quase querbrado, um jogo de memória que valia a pena esquecer, ou uma caixinha com meia dúzia de biribinhas.

As biribinhas, pelo menos, proporcionavam um mínimo de diversão, ao serem arremessadas contra o chão e explodirem com aquele nostálgico "TRAC!"

Mas aí, decidi ser "engraçado" e coloquei uma das biribinhas na boca e mordi. O resultado foi uma mini-explosão bucal e um puxão-de-orelha da Carla:

"Para de fazer bobagem que você sabe que eles podem fazer isso e passar mal depois!"

Então parei. Mas evidentemente não devia nem ter começado, porque o Tony havia decidido replicar meu feito durante a semana e teria - confesso que duvido um pouco da veracidade da informação - COMIDO várias biribinhas que, entre uma crise de gargalhadas histéricas e outra, haviam causado as tais berebas na foto.

E a culpa toda disso, claro, é minha.

É como diz o ditado: passarinho que come biriba sabe o pai que tem.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PLAYSTATIONING

Sei que tenho postando pouco ultimamente, mas logo retorno a minha frequência habitual, prometo...

Enquanto isso, aqui vai uma rapidinha que aconteceu neste fim de semana.

Os molex monopolizavam a televisão da sala com uma partida de futebol no videogame, obrigando-nos a esperar pelo término do jogo para poder assistir ao filme que queríamos (não achamos justo simplesmente EXPULSÁ-LOS da sala porque, afinal de contas, eles estavam lá primeiro).

Mas o jogo se arrastava num 0x0 e, com o apito final, veio a prorrogação.

Com a expectativa de uma longa disputa de pênaltis me impedindo de ver o filme, comecei a torcer para que um gol saísse logo, independente de quem marcasse, só para terminar a partida antes das penalidades máximas.

Aí, a 5 minutos do fim, o Nick - que jogava com a Espanha - quase acertou um golaço no Tony - que jogava com a Alemanha.

Como eu estava realmente torcendo para que algum gol saísse, acabei soltando um sonoro grito de "UUUUUUUHHHHHHHHHHHHH!!!!" pela chance desperdiçada.

Surpreso pelo fato de que eu havia lamentado a perda de um gol da Espanha contra justamente minha equipe favorita, o Nick se virou para mim e perguntou, surpreso:

"Daddy?! Are you torcing for me?!"

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PEITÃO

Outro dia, um amiguinho dos molex foi passar a tarde em casa. Claro que cada visita deve ser acompanhada por um tour pelas dependências da residência, uma exibição minuciosa de cada um das centenas de brinquedos acumulados pelos dois ao longo destes quase 8 anos de existência e, claro, uma sessão de vídeo com os filmes favoritos deles.

A Carla passava pelo corredor quando ouviu o seguinte comentário, vindo do Nick:

“Você precisa ver este filme, Yann! Tem uma mulher que tem UM PEITÃO!!!”

É o tipo de comentário que se espera de crianças um pouco mais adolescentes do que 7 anos, e a Carla na hora parou no corredor, curiosa para saber por que motivo eu teria liberado para meus filhos um filme que tivesse como destaque uma MULHER COM PEITÃO (pensando também que um termo desses dificilmente brotaria do nada na imaginação de uma criancinha inocente como o Nick).

O filme em questão era uma comédia chamada “Kung Pow”, uma sátira aos filmes de kung-fu de Hong Kong na década de 70, com uma piada idiota depois da outra, mas nada de teor mais “adulto”.

De qualquer forma, a Carla finalmente viu a “mulher com peitão” que o Nick havia comentado e percebeu que ela havia entendido o comentário do Nick fora de contexto, porque não havia nada de “safado” no que ele havia dito – era apenas uma constatação factual.

Porque era, simplesmente, uma mulher que tinha “um peitão”, como vocês podem ver na foto abaixo. Ufa hein?

sábado, 16 de julho de 2011

TERRA DE GIGANTES

"Powerslave" foi o quinto álbum da banda de heavy metal britânica Iron Maiden e foi lançado em 1984.

Foi com o Iron Maiden e com o bom e velho e bizarro Ozzy Osbourne que comecei a ingressar no universo das músicas mais pesadas e harmonicamente complexas, me distanciando de vertentes mais simplórias como o punk e o pop.

Lembro até hoje da alegria que tive ao receber de presente do meu pai uma coleção de fitas cassete (sim, FITAS CASSETE) do Iron Maiden, todas com o selo da já extinta loja de discos Museu do Disco. Eu tinha 12 anos na época e fiquei completamente alucinado com o som da banda.

Tanto é, que minha mãe esbarrou numa camiseta azul com a capa do "Powerslave" numa loja e não hesitou em comprar para deixar seu filhinho headbanger ainda mais feliz lá em casa.

Tá. Mas o que é que isso tem a ver com este blog?

Tem a ver que eu guardei esta camiseta, imaginando que, se algum dia eu tivesse filhos, talvez eles acabassem curtindo a banda também. E aí eles teriam a oportunidade de ostentar uma camiseta "vintage" de 25 anos, tornando-se os carinhas mais cool e descolados da tchurma.

E é por isso que o fato do álbum ter sido lançado em 1984 é relevante.

Eu tinha 12 ou 13 anos quando usei esta camiseta e, para vocês que não me conhecem, não sou exatamente um Marco Maciel em termos de estrutura corporal. Os molex ainda nem completaram 8, mas o Tony já tomou posse da camiseta e, como vocês podem conferir na foto abaixo, já está maior do que eu era quando tinha 4 anos a mais do que ele.

O que será que ocorre? Tinha fermento no leite Ninho deles?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

QUANDO VOCÊ PARA E SE PERGUNTA SE NÃO ESTÁ CRIANDO UM MINI DEXTER EM CASA

A vida prepara a gente para lidar com muitas situações inusitadas. Mas, por algum motivo, abrir a porta do freezer e se deparar com isso não é uma delas....

domingo, 26 de junho de 2011

CRIANDO HERÓIS

Post rapidíssimo de uma que ouvi ontem e achei digna de registro.

 Mostrei para os dois um caderno que eu tinha quando criança, na época que eu havia me interessado por histórias em quadrinhos e queria criar meus próprios heróis.



Aí eu disse que eles poderiam fazer o mesmo e exemplifiquei desenhando numa folha um novo “herói” que criei na hora. Rabisquei rapidamente uma cueca flutuante com dois sapatos e um chapéu, como se eles estivessem sendo usados por um homem invisível.

Eles argumentaram que aquilo não era um herói, e eu retruquei que sim, que era o “Invisible Cueca Man”, mas o argumento não colou porque, na visão crítica deles, super-herói não anda pra lá e pra cá só de cueca. Eu estava sendo RIDÍCULO.

De qualquer forma, eles entenderam o processo criativo e saíram desenhando, me mostrando cada novo personagem, com nome e tudo.

Aí vinham me apresentar heróis como o Olhudo, Homem Pelo, Homem Godzilla, Velocidade, Homem Cachorro e uma infinidade de heróis com nomes e características que, sabe-se lá por que, o Stan Lee acabou não pensando quando criou seu incrível universo Marvel.

Mas de todos, o com nome mais, como direi, interessante foi um que o Nick falou, mas que infelizmente desencanou de desenhar: o HOMEM BATMAN.

Partindo do pressuposto de que Batman é um homem que se fantasia de morcego, o que seria um Homem Batman? Um homem que se fantasia de um homem que se fantasia de morcego?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

QUEIMA O DINHEIRO, IAIÁ... QUEIMA O DINHEIRO, IOIÔ

Junho é sinônimo de Festa Junina e, pra quem é pai, sinônimo de GASTAR DINHEIRO EM QUERMESSE ESCOLAR.

E, claro, para quem é pai de gêmeos, estes custos são dobrados.

Mas o que me irrita é pensar que, tivessem os molex um pouquinho que fosse de boa vontade, talvez isto não fosse tão contundente no meu bolso.

Não pelo que eles gastam na festa em si, porque nada mais natural do que comer todas as guloseimas e participar de todas as brincadeiras. Faz parte e é divertido partilhar essa diversão com eles.

Estou falando do que antecede a festa: a famosa rifa.

Fiquei sabendo numa quinta-feira à noite que a Festa Junina deles seria no sábado seguinte, menos de dois dias depois.

Perguntei se haveria apresentação, coisa e tal, e ambos me informaram que sim, mas que o importante era eu comprar uma rifa deles, porque o prazo para a entrega dos canhotos era na sexta, àquela altura conhecida por AMANHÃ.

Inocentemente, perguntei quantas eles já haviam vendido, me predispondo a comprar as 3 ou 4 folhinhas que eles não tinham conseguido vender para amigos, amigas, primos, tios, avós, professores, vizinhos, conhecidos, etc.

Como eu esperava, a resposta foi “3”.

Só que, após um breve momento de alivio, descobri que o “3” não se referia à quantidade que faltava, mas sim à quantidade VENDIDA.

De posse dos carnês por um período de 3 ou 4 semanas, os garotos haviam realizado a proeza de vender TRÊS míseras rifas, restando para este pai compreensivo a tarefa de desembolsar o que faltava para arrematar as demais 17 rifas (a custo de R$ 3,00 cada).

Ao pegar minha carteira para efetuar o pagamento, deliberei sobre quem tinham sido os 3 generosos compradores que haviam contribuído para o evento dos molex, e peguei os carnês para ver os nomes.

E qual não foi a minha surpresa ao descobrir que os tais “generosos compradores” eram eu, minha esposa e minha sogra.

Ou seja, não só eu teria que pagar as 17 rifas que faltavam, eu ainda teria que pagar as 3 que “eu” já havia adquirido.

Resumo da ópera: paguei R$ 60,00 e os dois puderam ir para escola no dia seguinte com seus carnês integralmente vendidos, no que deve ter parecido uma demonstração de distorcidos valores familiares: nem precisa se esforçar para vender, filhão, porque o Papai compra tudo pra você!

Ao chegar em casa na sexta, a boa surpresa: a festa não era naquele sábado, mas no SEGUINTE. Reclamei:

“Não acredito! Eu comprei todas as rifas e vocês ainda tinham uma semana inteira para tentar vender?!”

Ao qual eles responderam, me tranquilizando:

“Tudo bem, Daddy! Não tem problema! A gente pega mais rifas para você comprar!”

quinta-feira, 9 de junho de 2011

MAIS JOGOS, TRAPAÇAS E DOIS MANOS FULMINANTES

Depois do último post, mais um sobre o mesmo tema: jogos.

Temos o jogo "Cara-a-Cara" em casa, mais precisamente a variante que tem os personagens da Turma da Mônica.

Para quem não conhece, ganha o jogo quem acertar o personagem que está na carta do adversário, e o processo para a descoberta se baseia em perguntas que só podem ser respondidas por "sim" ou "não".

É um processo de eliminação lógica, em que o primeiro a afunilar as opções a um só personagem ganha.

Vi uma partida dos molex como observador neutro, assistindo atentamente aos dois perguntarem se o personagem era menino, se usava óculos, se usava chapéu, e outras perguntas do gênero.

E fiquei um pouco curioso ao ver que, após ter conseguido reduzir as opções a uma única possibilidade, o Nick havia chutado o personagem Anjinho e o Tony havia mostrado a carta da Tina, indicando que o Nick havia comido bola em algum lugar do caminho.

Como havia chutado errado, o Nick perdeu a rodada, e eu decidi prestar mais atenção na movimentação de ambos, fazendo as vezes de auxiliar técnico para evitar que um simples errinho de atenção pudesse estragar a brincadeira deles.

O jogo começou e o Tony perguntou se o personagem do Nick era um menino.

O Nick respondeu que não, fazendo com que o Tony tirasse de jogo todos os personagens masculinos. Aí percebi um que ele havia esquecido e o alertei:

"Ei... aqui. Você esqueceu deste..."
"Não, não... este não é menino."
"É sim!"
"Não é! Todo mundo sabe que ele não é menino!"

Minha opinião era irredutível, a do Tony também era. E percebi que insistir nessa disputa seria como discutir o sexo dos anjos: não daria em nada.

O engraçado é que estávamos justamente discutindo o sexo do ANJINHO.

E isso é algo que, descobri hoje, ATÉ UMA CRIANÇA DE 7 ANOS sabe que não é nenhuma coisa nem outra.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

JOGOS, TRAPAÇAS E DOIS MANOS FULMINANTES

Um momento bacana que tive com os dois recentemente foi o de retomar o hábito de jogar um JOGO DE TABULEIRO.

Apesar do mundo virtual e dos videogames, os jogos de tabuleiro ainda existem e, por incrível que pareça, exercem nas crianças de hoje a mesma magia daqueles sombrios tempos pré-Nintendo.

Um dos jogos chamava-se "Lince - Super-Heróis Marvel", algo de regras simples e rápido, mas que divertiu bastante a molecada.

O resultado deste jogo foi que o Nick DESTRUIU a gente com propriedade (a conta final foi 10 pra ele, 5 pro Tony e 4 pra mim), e não, eu não "deixei" ele ganhar - foi na base do talento mesmo.

Mas, ao jogar, lembrei de uma outra vez em que jogamos o famoso jogo da memória com eles, quando eram bem pequenos.

A gente jogava na mesa da sala e, cada vez que algum deles conseguia acertar um par, era uma festa como se eles tivessem ganho a Copa do Mundo.

Só que em determinado momento do jogo, comecei a notar duas coisas. Uma era que o Tony estava acertando quase tudo, e a outra era que ele tinha um estranho ritual antes de escolher suas cartas: ele tirava a primeira, olhava para ela com atenção e, lentamente se agachava, como que se encolhendo na cadeira.

Ele ficava assim durante alguns segundos, num estado de concentração total, e se levantava triunfante, escolhendo a carta certa com uma frequência que anulava a hipótese do acaso.

Era como se ele conseguisse enxergar através das cartas, o que me lembrou de um delicioso conto que eu havia lido como criança: "A Incrível História de Henry Sugar", do genial escritor galês Roald Dahl.

No conto, o tal Henry Sugar aprende uma técnica de concentração que o permite conseguir ver através das cartas e fazer fortuna nos cassinos. A história é maravilhosa e a ideia de ter um filho com visão raio-X é melhor que ganhar na Mega Sena, mas eu achei que seria uma boa ideia tentar racionalizar o ocorrido antes de dar um pé na bunda do meu emprego.

E ao prestar atenção no ritual todo do menininho, percebi que o tampo da mesa da sala era de vidro e tinha meio centímetro de espessura.

A medida é relevante porque o Tony, aos 2 anos de idade, havia sacado o princípio básico da reflexão da luz ao perceber que, em determinado ângulo, ele conseguia ver projetado na mesa o reflexo da carta que estava na superfície do vidro.

Ou seja, ele VIA a cor das cartas por causa no reflexo que ela fazia e acertava tudo.

Foi a última vez que jogamos sem uma toalha de mesa.